quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Boas festas

"É fácil amar o outro na mesa de bar, quando o papo é leve, o riso é farto, e o chope é gelado. É fácil amar o outro nas férias de verão, no churrasco de domingo, nas festas agendadas no calendário do de vez em quando.
Difícil é amar quando o outro desaba. Quando não acredita em mais nada. E entende tudo errado. E paralisa. E se vitimiza. E perde o charme. O prazo. A identidade. A coerência. O rebolado.
Difícil amar quando o outro fica cada vez mais diferente do que habitualmente ele se mostra ou mais parecido com alguém que não aceitamos que ele esteja.
Difícil é permanecer ao seu lado quando parece que todos já foram embora. Quando as cortinas se abrem e ele não vê mais ninguém na plateia. Quando o seu pedido de ajuda, verbalizado ou não, exige que a gente saia do nosso egoísmo, do nosso sossego, da nossa rigidez, do nosso faz-de-conta, para caminhar humanamente ao seu encontro.
Difícil é amar quem não está se amando.
Mas esse talvez seja, sim, o tempo em que o outro mais precisa se sentir amado. Eu não acredito na existência de botões, alavancas, recursos afins, que façam as dores mais abissais desaparecerem, nos tempos mais devastadores, por pura mágica. Mas eu acredito na fé, na vontade essencial de transformação, no gesto aliado à vontade, e, especialmente, no amor que recebemos, nas temporadas difíceis, de quem não desiste da gente."


Boas Festas e um 2014 de muita Luz...

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Meu Julho

No mês de julho "fugi" de meu tratamento na Clínica Prisma (depois conto mais pra vocês) e fui parar lá na terrinha...

É que minha vozinha estava internada na  CTI do Hospital de Nossa Senhora das Dores - em Ponte Nova.

Graças a Deus quando cheguei lá ela já estava no quarto e minha tia Maria, tia Rita e o tio Antônio estavam cuidando dela.

Cuidei dela enquanto estive lá igual cuidava de minha mãezinha no NACE.

E aproveitei para conhecer o Hospital que acabava de inaugurar uma ala totalmente especializada para o tratamento de câncer, já com quimioterapia e prestes a inaugurar a radioterapia. Se antes eu me perguntava o que faríamos se a mãe se adoecesse em Minas, hoje eu já tenho a resposta....

Fui super bem recebida pela equipe oncológica que me apresentou cada cantinho do Centro de Tratamento do Câncer HNSD:


E por último um agradescimento especial ao Dr André Luis, provedor do hospital:

Parabéns Doutor André Luis pelo trabalho que vem realizando frente ao HNS das Dores. Pena que não poderei estar na inauguração da nova ala ( radioterapia ) do CTC. Mas fico feliz em saber que Ponte Nova conta com um hospital desse porte. Muitas perguntas foram respondidas nessa visita. Obrigada por essa oportunidade.
Sem dúvida os dias de minha vó neste hospital foram dígnos, diferente do que acontece em outras instituições pelo pais.

Infelizmente quis Deus que ela saísse daí sem vida. Mas esta guerreira deixará saudades e a certeza de que viveu seus 80 e quase 1 aninhos dignamente.

Amo você vovó.

* 20/10/1932  † 14/07/2013 

Ausência



Outro dia recebi uma msg no face questionando por que abandonei o blog.

Pois bem. Tenho sentido uma angustia tão grande toda vez que venho aqui escrever...

O blog nasceu a um ano atrás como forma de aliviar-me. Onde eu pudesse por pra fora tudo que me incomodava. Eu precisava “fala” mas sem encher meus amigos.

Passada essa fase eu já não sentia mais a necessidade de escrever pois estava bem comigo mesmo e nada mais me sufocava.

Hoje, não me sinto assim. Mas também não me vejo mais no direito de importunar ao mundo com meus anseios, com meus desabafos. E com isso fui deixando de canto o meu cantinho.

É triste pois é algo que me fazia bem

Imagino que a galera fica querendo saber como está a dona Ana, a família... etc.

Prometo (pela milésima vez) que vou tentar passar mais vezes aqui.

Não to na depre mas estou numa fase muito eu. Então não tenho muitas novidades. Procuro mais estar em casa, descansar... enquanto isso ... sigo a vida.

Vou tentar voltar aqui pra contar algumas coisas que aconteceu nesse meio tempo.

Já aproveito para agradecer a todos pelo carinho e por se preocupar com minha ausência.

Aos que sentem falta das notícias de Don’ana. Ela está bem. Como sempre digo, na medida do possível.

O quadro dela continua estável. Permanece em cuidados paliativos. Onde é feito só uma manutenção com medicamentos para dores, insônia... essas coisas.

Ela ainda faz acompanhamento com a onco, se não me engano de 4 em 4 meses. Recentemente ela descobriu uma alteração na tireóide, o que estava fazendo ela engordar/inchar bastante. Com os medicamentos esta melhorando um pouco.

Também vê o cardiologista e o cirurgião tórax.

Tenho optado por estar mais afastada do tratamento para não me sobrecarregar. Por isso quem tem acompanhado ela nas consultas é minha irmã. Mas não deixo de estar por dentro de tudo que acontece.

As crises de tosse aumentaram seguidos de pequenos períodos de falta de ar com perda de consciência. Isso me preocupa muito pois nem sempre podemos estar ao lado dela.

Peço que continuem pedindo a Deus pela vida dela e por nossa família pois contamos com essas orações.

Um abraço a todos.

E para matar a saudade umas fotinhas dela...


sábado, 27 de julho de 2013

Fênix

A fênix ou fénix (em grego ϕοῖνιξ) é um pássaro da mitologia grega que, quando morria, entrava em auto-combustão e, passado algum tempo, renascia das próprias cinzas. Outra característica da fénix é sua força que a faz transportar em voo cargas muito pesadas, havendo lendas nas quais chega a carregar elefantes. Podendo se transformar em uma ave de fogo.

Porque escolhi esse trecho?

Depois de alguns meses retorno ao meu cantinho com a sensação de que nunca devia ter partido. E como a Fênix ressurge das cinzas, sinto-me renascendo.

Foram aproximadamente 60 dias de luta. Depressão. Euforia. Transtorno Psicótico. Aminésia Cognitiva. E o mais recente: Transtorno Bipolar.

Já conheço de cor e sorteado os Fs da vida...

Mas hoje decidi viver, como nunca antes. Encerrei nesses dias vários ciclos. E agora só o que me importa é VIVER.

Sinto no meu coração vontade de relatar os acontecidos. Foram grandes aprendizados. Mas por hora me reservo a dizer: ESTOU de VOLTA!!!

Um grande bjo aos que sempre torceram por mim.

Sara 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Já pensou se...



Sofremos só com a ideia de perder os cabelos. As vezes existe um mínimo de chance de nao cair durante o tratamento. Mas qual é a principal pergunta que fazemos diante da possibilidade de diagnóstico? As vezes o médico nem diz que vc tem cancer. Se diz você PODE ter... ai já perguntamos (se nao falamos pensamos) "mas vai cair o cabelo?"
Tipo é uma pergunta óbvia... acho que a vontade do médico é dizer "claro que vai? Você já viu alguem tratar de cancer e o cabelo nao cair?"

Já imaginou de seu "problema" fosse algo que vc já nascesse assim, ou fosse uma "coisa" que fizesse cair tudinho e não tivesse remédio que fizesse parar?
Carequinha? Sem pelo nenhum? Pois é. Essa é a realidade de milhares de pessoas no mundo. Algumas doenças causam isso, por exemplo, a Alopecia.

É muito mais fácil... se o médico disser existe a possibilidade de nao cair... é como se nao dissesse nada. Estamos programados pra escutar uma coisa e entender outra... entao já que é pra sofrer de qualquer maneira...
Eu sempre trabalhei com extremos... sofro ao máximo, choro ao máximo, amo ao máximo... ou substitua-se máximo por mínimo dependendo da situação. Pois se for diferente, que a vida me surpreenda...
E é melhor pra mim como médica ser taxada como a chata, que não tem sentimento.. mas saberei que evitei um sofrimento por antecipação.
Entenda que sempre, cada caso é um caso...
Mas para "alguns" bem alguns mesmo é possivel ser totalmente claro...
Hoje, eu entendo quando os familiares preferem não contar ao paciente o diagnóstico.
Não concordo mas entendo.
O cancer é algo que cada vez mais não escolhe seu alvo... é tipo atira pra todos os lados.
Entao... se um senhorzinho que não sabe nem lê, que sofre só de ouvir a palavra da "doença", que consegue estar dentro do ICESP - Instituto do Cancer do Estado de São Paulo e não saber que tem "aquilo"...
Deixa ele ser feliz ... já é de grande valia que ele aceite ser tratado...
Duas palavras muito distintas: mentir e omitir. Saiba a diferença entre uma e outra e vc vai me entender...

Para nós super estudados... (leia-se pela escola da vida) sabemos que só vai para o ICESP quem tem "aquilo". Que a pergunta lá não é o que vc tem e sim onde... que estágio... essas coisas...

Mas... se vc ama seu pai, sua mãe, seu irmão, ... seu cachorro... nao importa ... se vc ama alguem que tem cancer, e sabe o que fazer pra prolongar seus dias na terra, FAÇA-A.

A foto que ilustra este post, é da cena de um filme que super indico: Tudo Acontece em Nova York
Não perca seu tempo discutindo com Deus os seus problemas. Agradeça pela oportunidade que tens de viver esse momento. Poderia ser bem pior... Sim, não é a melhor maneira de se viver... mas comigo tem dado certo rs.

Uma boa noite a todos e uma semana abençoada.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Mais um dia no ICESP

Depois de dias agitadissimos finalmente encontro a paz... no Icesp.
É como voltar à casa depois de um longo dia chuvoso.

Reencontrar esse gigante prateado,  de prontidao...
Faz esquecer tudo.

Ele que faz aniversário quase junto comigo...

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Conheça a importância da prevenção contra o câncer de mama

O câncer de mama é o tipo mais comum da doença entre as mulheres. Veja quais são os riscos e como prevenir a doença.

QeB na Record

Olha que bacana, A Evelin Scarelli de carona no sucesso da Flavia... Eu vi ... linda amiga...

 
Saudades dessa pequena que conquistou meu coração...

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Hoje o dia foi: muito muito muito muito FELIZ

Acho que pelo título já entenderam o quanto estou feliz ne.

O dia hoje tinha tudo para dar errado. Um stress logo cedo com a questão do transporte, mas nada que possa roubar a cena do que estava por vir.

Como estava com saudade dessa rotina. Sim! Eu sinto saudade do ICESP. É uma rotina tão gostosa, chegar em um ambiente que tem tudo para ser apsgado e encontrar rostos sorridentes, senhorinhas com lindos cabelos prateados, bochechas rosadas ou mesmo com a receita para com casamento de mais de meio século (sim, consegui a receita e não vou compartilhar!). Não é porque estou contente hoje que estou vendo tudo mais lindo não viu gente. Sempre que eu chego ao ICESP da uma vontade danada de cantoralar ... e ai eu saio tipo a doida do Instituto do Câncer cantando em alto e bom som... enche meu coração de alegria os olhares que recebo ao passar por corredores, na sala de espera... e hoje não foi diferente. Quer dizer, foi ainda melhor!!!

Logo de cara encontrar a psicóloga que nos acompanhou no NACE, minha protetora/conselheira/amiga (posso te considerar assim) pelos corredores. Parece que estavam sabendo o quanto meu coração estava transbordando e resolveram dar plantão. Encontro triplo de psicólogas (também bati papo com a Lu - (psicóloga que nos acompanhou na UTI, e com a Drª Fátima, com quem a mãe faz atendimento ambulatorial).

E o dia seguiu...

Já me acostumei a agendar uma consulta para as 10h e ser atendida quase as 14h. Sei o quão alta é a demanda de pacientes a cada dia, e o quão bom é atenção dispensada pelos doutores aos pacientes. Portanto, pra que brigar por estar a tanto tempo esperando? Curta o momento e compartilhe experiências, distribua carisma. Isso as vezes salva o dia de alguns. Já conheci inúmeras histórias que me marcaram. Quisera eu ter escrito-as pra nunca esquecer. São pessoas que estão chegando agora na batalha, ou que já sabem o percurso de cor. É sempre uma troca gostosa de experiência. Parece sabe, que somos todos família. É o que eu costumo dizer, sem hipocrisia. Tenho ganhado a cada dia irmãos de luta.

E hoje foi ainda mais especial. Soube que alguém muito muito importante pra mim nessa longa caminhada, que me deu os melhores conselhos não só como profissional, mas como pessoa, também está na berlinda no mesmo papel que eu. Vi, amei conhecer mais parceiro de batalha e saber que como eu também ama a escrita, e que você tem o mesmo papel que eu nessa jornada (não estou feliz por isso tá, mas é que a vida sempre me surpreende).

Teve outros casos e causos que preencheram minhas longas horas de espera e as fizeram voar... mas isso é assunto para outro post...

O que está assim tão mas tão grande que parece transbordar? A minha alegria. Posso dizer que hoje estive cara a cara com Deus.

Já relatei aqui por inúmeras vezes minha insatisfação pela situação pela qual estamos passando. Já contei como são quase que diárias minhas brigas com o Senhor. E hoje Ele resolveu me provar. Na verdade provar que Ele é o que é.

Sempre digo que é frustrante estar em uma situação onde nunca saberei o que é dizer "minha mãe está curada. Graças a Deus não há mais nenhuma célula cancerigena". Ouço frases como esta pelo hospital e sinto um aperto porque Deus quando preparou minha luta Ele caprichou. Deu um câncer em último estágio, sem chance de cirurgia e sem tratamento para a cura. Tive que me contentar com quimios apenas para contensão do problema. Escutar dos médicos que ESTABILIZOU para mim sempre foi algo muito frustrante. Eu queria gritar: CARAMBA, NÃO QUERO ISSO NÃO. Eu sabia que no estágio dela estabilizar é algo muito bom. O trem quando tem que se espalhar é questão de minutos. E pra mim era pouco. O que eu mais queria era ouvir ela está curada, ou na pior das hipóteses o tratamento está dando certo, o tumor está regredindo.

Hoje esse quadro mudou. Preparada para ouvir que o tumor estava avançando e que retornariamos a quimio (estava aguniada por ela estar sem tratamento), tive uma grata surpresa. Pela boca de uma médica (ser mais incrédulo segundo minha opinião) eu ouvi por repetidas vezes A senhora é um milagre. Segundo ela, houve uma cirurgia espiritual. A mãe esteve sem tratamento desde o dia 18/10/12 até o momento e o tumor REGREDIU. Não há mais derrame pleural (líquido no pulmão), houve uma redução no derrame pericárdico (líquido no coração) e tanto no lobo inferior do pulmão esquerdo e no mediatino houve a redução da lesão (o tão temido "problema").

Eu pedi pra ela repetir várias vezes, e se não fosse por questões burocráticas eu teria trago uma carta declarando que para ela é um milagre. Em suas palavras ela disse que deveria levar a mãe em várias igrejas e que os pastores ficariam maravilhados, e que até um documentário deveria ser feito.

Quanto a carta seria uma dádiva mas só de ouvir por sua boca tal declaração j´pa ganhei todos meus dias.

Sem tratamento, consultas agora só para observação, e ainda nas palavras da médica, a Dona Ana agora viverá pela fé. Sim. Pela Fé. Mal sabe ela que é assim que tem sido desde dois anos atrás. São inúmeras mãos levantadas a Deus, pelo Brasil inteiro e até fora do país.

Estou muito feliz. E só tenho a agradescer a todos que tem estado ao meu lado fisica e mentalmente. Deus recompense vocês.

E que Deus me perdoe por tantas vezes questionar seus designos, por não entender seus propósitos. Acho que Ele se cansou de mim chamando-o constantemente para uma conversa (vejo nitidamente na minha cabeça, como se fosse um filme, a janelinha do Skype Dele piscando e Ele pensando ah não, essa menina de novo não). Deu certo viu.

Volto mais tarde para contar mais sobre como estou me sentindo. Por hora vou saborear minha vitória e ver se realmente tem sabor de mel como diz no louvor.

Por falar em louvor, constantemente Deus tem falado comigo atravez do louvor. Sempre que o questiono a resposta vem em meu coração em forma de Hino. E hoje sabe qual é a trilha sonora da vez?



"Rompendo em fé, com ousadia vou mover o sobrenatural"


P.S.: E o dia ainda estava longe de acabar.


terça-feira, 9 de abril de 2013

Saindo da panela de pressão

Como comentei aqui ontem, essa minha semana começou no maior agito.
Big stress no domingo... já na segunda voltando a trabalhar... e ... duas provas logo de cara na faculdade.

O mehor de tudo foi ver a cara da galera quando eu comentei as notas de minhas últimas provas: 2,8 em Instituições de Direito e 3,5 em Geopolítica.

Sim, to falando sério. Não pirei nem nada. Só chutei o balde por uns tempos e essa foi a consequência. 

Mas foi uma sensação tão boa, mas tão boa entregar uma prova com duas dissertativas (a parte mais valiosa da prova) em branco. Ser a última a chegar e a primeira a terminar (mas isso já era comum tá gente)... 

Me senti tão normal, tão natural. Desde que me lembro. Era assim que eu vivia oh:

Sério!!! Desde que me entendo por gente era uma necessidade de perfeição. Tudo que eu ia fazer tinha que ser com perfeição. Me cobrava antes, durante e depois. Se não dava certo ai que eu pirava mesmo. E isso era quase sempre né, pois é humanamente impossível ser perfeito em 100% dos aspectos, em todas as atividades ...  e por ai vai.

Mas... nesse período em que estive em casa, entre altos e baixos, larguei mal de muitas coisas... natação, ingles, até mesmo da fotografia. E quando voltou o período letivo na faculdade, como era previsto larguei mão também. Faltei inúmeras aulas, e quando ia chegava sempre atrasada. E não me importava com isso. Afina, nada mais fazia sentido pra mim.E o resultado veio nas provas. Como estive "ausente" todo esse período nem adiantava dar uma lida na matéria (sou da opinião de que se não aprendeu em dois meses não é em duas horas que irá aprender). E com a cara e a cora fui para as provas e deu no que deu. 

Calma pessoal. Não foi o tempo todo assim. Existem paixões que passam-se os anos e elas permanecem lá. Assim sou com os números.
Costumo dizer que não tive Ensino Médio. Que o que sei foi o que aprendi até o 1º ano em MG. 
E não é que aprendi mesmo? 
As aulas de matemática na facul (para o curso de ADM) são um saco. Uma galera que não sabe o que é MMC. A professora tendo que dar conteúdo de 4ª série... Foi uma das aulas que mais faltei. Mas cheguei na prova e mandei ver. Nessa eu me garanto. Quando se ama algo... é intenso. Quando vejo a fórmula é quase uma necessidade encontrar o resultado. 

E bons são também os resultados quando sou desafiada.
Sabe aquele professor que entra na sala logo no 1º dia de aula e diz "vocês que estão acostumados a tirar 10, comigo a média será 7. E os que tiram 7 cairá para 5 a 0. 0 não pois sempre dou 1, para o sujeito não ficar muito irritado. Mas o 10 é ainda mais difícil que o 0. Se acontece peço até para aplaudirem."
Pois eu, eu também não sabia, mas numa 2ª feira do mês de fevereiro me deparei com tal situação. Fiquei matutando aquilo. Como pode ele desfazer da nossa capacidade assim?

E ontem, posso dizer que arrasei. Não garanto o 10 pois sempre gosto de deixar margem para o aperfeiçoamento. Mas posso dizer que estou confiante... 

É isso ai galera. Espero não estar enganada nas minhas espectativas e achar um ponto de equilíbrio né. Pois não da para ir de um extremo ao outro como fiz (por mais que gostei da experiência).

Aguardem os próximos capítulos e descobriremos quem prevaleceu...



segunda-feira, 8 de abril de 2013

E o sol voltou a brilhar

Bom galera,
Hoje inicia-se um novo ciclo em minha vida.
Depois de exatos 4 meses afastada do meu serviço, estou de volta.
Se estou bem? Ainda não. Mas creio que será essencial para minha recuperação esse retorno ao trabalho.
Me sinto útil novamente.



Como se o sol voltasse a brilhar!!!

Estar de volta e perceber que meu mundo desabou mas que meu cantinho continuou ali intacto, é reconfortante. Como se fosse um refúgio.




Ao longo desses 4 meses muitas coisas aconteceram. Algumas compartilhei aqui, a maioria não. Foram dias difíceis. De tempestades sem fim... mas sobrevivi.

E espero que essa nova fase venha cheia de surpresas e promessas boas para nós.

Acho que estamos precisando né.

Uma ótima semana a todos...

quinta-feira, 4 de abril de 2013

De volta ao passado

Nesse fim de semana estive em Minas Gerais terra que eu tanto amo.
Não sei por em palavras o meu sentimento.
Volto com mais calma depois pra contar em partes.

Por hora deixo umas de minhas escapadas poéticas que escrevi a poucos dias.
O sentimento que tenho pela terrinha é tão forte que a Ester chegou a pensar que escrevi quando estava na casa da vó.


Bjs

Inté pro ces

quinta-feira, 28 de março de 2013

Fim de semana no Rio

Bom dia everybody!!!

Estou sumida né... desculpem... é que tem sido tantas emoções que tenho medo de que se eu compartilhar não se tornem reais...

Mas não posso abandonar meu cantinho.

Vamos lá. O que tem acontecido?

No último fim de semana estive na cidade do Rio de Janeiro. Foram apenas 2 dias mas foram incríveis. Conheci uma cultura totalmente diferente da que temos aqui. As pessoas são tão receptivas... Você chega no mercado parece que se conhecem. "Bom dia, como vai? Tudo bem?"
Tinha me desacostumado com isso. Aqui em SP é tudo tão corrido que as pessoas nem te olham.
Notei também que são extremamente acolhedores. E minha dinda Dri já entrou no ritmo. Cuidou super bem de mim rs.

O que mais foi chato é que senti muita saudade de minha mamys. Uma preocupação, um aperto tão grande. Como se só por eu não estar perto algo de ruim fosse acontecer. Mas graças a Deus correu tudo bem por aqui.

sábado, 23 de março de 2013

Entendendo a depressão

Quando cheguei ao meu extremo, fui obrigada a  procurar ajuda. Talvez eu devesse ter o feito já no início do tratamento da minha mãe. Foi nos sugerido mas não achei necessário.
No mês de agosto se não me engano, procurei uma psicóloga lá do ICESP mais para tentar entender como lidar com a mãe. Ela estava numa fase de estabilidade na doença, mas estava muito elétrica, se irritava com tudo e no meio do fogo cruzado entre ela e minha Ester com quem ela passava mais tempo. Aquela conversa me fez voltar a escrever. A Dr Ruth me ajudou bastante. Foram as horas mais proveitosas que tive naquele período. Enxerguei a vida de um modo diferente a partir daquele dia.
Ainda assim, uma única conversa não seria o suficiente. E escrever tornou-se uma tortura pois muitos acessavam procurando uma palavra de consolo. Não podia ser eu mesma. E fui me sufocando. 
Até que um dia não aguentei mais... e desabei. De um simples email entrei numa crise que foi preciso até medicação para me acalmar. 
Um sentimento constante de culpa, mesmo quando era evidente que não tinha como eu ser responsável por algo tão imprevisível. Mas eu buscava explicar os acontecimentos com possíveis "erros" meus.
Por mais que todos me dissessem que não existe a possibilidade de eu ser culpada,. Me sentia culpada até por viver. 
Parte desse sentimento se foi. Consegui entender que não tenho o poder para causar um câncer, ou uma alteração no quadro clínico de minha mãe. Se fosse assim seria muito fácil. Se posso causar também posso tirar.
Cheguei a desejar ardentemente poder estar no lugar dela. Sei que ela sofreria muito por me ver doente. Mas se fosse o preço para livrá-la dessa angústia eu o faria. Mas não é assim que funciona né. 
Desde o período de internação pós cirúrgico de minha mãe que estou mais abalada. Quando desabei estava no ambiente de trabalho. Procurei o ambulatório e o próprio médico laboral sugeriu que eu me afastasse. E assim estou, desde 05 de dezembro de 2012.
Tenho feito uso de Ansiolítico, faço psicoterapia e acompanhamento psiquiátrico.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Culinária Oncológica



Vou compartilhar aqui algumas receitinhas do Oficina Culinária A C CAMARGO. São ótimas para amenizar os efeitos colaterais da quimio e da radio.

É só clicar na imagem acima.

Bjinho

Feliz da Vida

Bom dia pessoal.
Acabo de chegar de nossa consulta com a Drª Mayra (cuidados paliativos). Ela comos sempre muito atenciosa, tirou todas nossas dúvidas, nos deixou super a vontade. E como tive problemas com os remédios no mês passado, pedi para que fizesse a receita com a gente ainda no consultório para que eu pudesse conferir, não deixando margem pra nenhuma confusão.
Graças a Deus, deu tudo certo...

Estamos gratas também pelo nosso "motorista" funcionário da prefeitura aqui de São Paulo. Um senhor muito que fez nossa "viagem" valer a pena. E obrigada também à secretaria aqui de Guaianases que sempre que possível nos disponibiliza transporte. Apesar da demanda ser muito alta, vez ou outra está sendo possível.


E... meu eterno agradecimento ao Senhor que tem estado presente conosco a cada dia. Não me canso de agradecê-lo pois sem Ele nada seria possível. Quando vêem minha mãe ninguém acredita que ela passou pelo NACE e hoje está tão bem, bonita e coradinha.

Mais motivos para agradecer é o que não me falta. Mas hoje vamos a um mega especial. Desde 2009 estamos esperando pelo tão sonhado ranhco próprio... e está pertinho de se concretizar. As obras do APÊ que minha mãe comprou estão para serem concluídas e a esntrega está prevista para maio/2013. Custo até a acreditar. Enfim, um lugarzinho pra chamar de seu né mãezinha e papys.

Imagem recente do Cittá Vida Bela 06-03-13




E pra finalizar quero deixar uma dica. Aos pacientes oncológicos, procurem a ouvidoria de seu hospital para se informar sobre seus direitos e deveres como paciente. É muito importante saber por que, pra que, e como lutar.

Aqui vai um link de um arquivo do A C CAMARGO para que possam já ir se familiarizando com o assunto. É só clicar na imagem.


Por enquanto é isso pessoal. Um beijo, e fiquem com Deus!!!

sexta-feira, 8 de março de 2013

quarta-feira, 6 de março de 2013

Just me

Não sei se perceberam mas nao tenho mtas fotos de quando pequena. Acho que é por isso que tenho mínhas recordações tão vívidas em minha mente.

Mas as poucas que tenho me fazem ver que nada mudou... apenas que 51 cm esticou e hoje são 175 cm...


segunda-feira, 4 de março de 2013

Novidades novinhas

Como comentei no face, hoje tivemos um dia muito muito bom.
Saimos cedinho de casa para consulta e exame no ICESP.

Muita satisfação em estar ao lado de minha mãe nestes momentos, correndo atrás das coisas, agilanzo o que for preciso... isso me faz tão bem!!

E numa dessas hoje precisei agilizar o exame da minha mãe que estava previsto para o período da tarde para que o médico pudesse visualizar as imagens na consulta agendada para 12:15.

Neste exame mostraria se há quantidade de líquido soficiente para uma nova cirurgia. Essa suspeita surgiu pois a mãe tem apresentado bastante cansaço e dificuldade para subir escadas e até mesmo rampas.
mas graças a Deus os exames indicaram que a quantidade de líquido é aceitável e nada de cirurgia por enquanto.
Será feito um acompanhamento com a equipe de cirurgia torax com a próxima consulta para daqui a 3 meses.

Agora, vou acompanhar mais de perto todo o processo, e pedir que o ecocardiograma seja feito com mais frequência para que não cheguemos ao extremo como aconteceu na última cirurgia em que teve que ser feito uma cirurgia de urgência.

Aproveitando que estamos falando sobre o quadro clínico da mãe, posso dizer que ela está muito, muito melhor em relação a como ela esteve no pós cirúrgico.

Desde que ela voltou pra casa em 28/12/12, ela tem feito uso de uma série de medicamentos, nada para o tumor em específico, mas para controle de sintomas (dor, gazes, Constipação Intestinal, insônia, ansiedade, etc). Mais de 10 diferentes tipos de medicamentos. Ainda bem que o ICESP auxilia na elaboração de uma planilha com a relação de remédios, dosagens. horários. Tudo para auxiliar na maneira correta de tomá-los. E minha mãezinha, diga-se de passagem, é muito organizada nesse aspecto. Ela cria uma série de alarmes no celular para despertar nos horários das medicações.
E mesmo com todo cuidado, houve uma confusão... Entre refazer a receita, atualizar a planilha e retirar os medicamentos na farmácia do ICESP, ocorreu um desencontro de informação. A médica escreve uma coisa, a enfermeira põe outra na planilha para a mãe, e os agentes da farmácia entendem outra...
Com isso os remédios são liberados na quantidade, mas isso é o de menos, pode acontecer dela tomar de forma errada os medicamentos. Então, prestem atenção viu. Confiram, e se houver alguma dúvida questionem quantas vezes forem necessárias. A saúde de nossos entiqueridos é o mais importante.

Mais uma coisinha que não sei se já comentei:
Desde sua alta ela também tem sido acompanhada pelo Pneumologista, Oncologista, médica de cuidados paliativos, cirurgião torax, cardiologista e psicologa. Tudo para garantir o maior conforto possível e controle sobre o tumor.

Espero que tudo continue sobre controle, pois eu já estava até me preparando para um novo vendaval.

Obrigada por vocês que estão sempre por aqui. São muito importantes para mim. Cada palavra de carinho, os comentários, ou mesmo a simples visita. São por essas e outras que não posso desistir.

Thanks for everything!!!

Café com leite



domingo, 24 de fevereiro de 2013

Quem sou eu?

Dia desses estava eu passando por minhas memórias físicas (coisas que guardo para não esquecer quem sou...) e me deparei com esse texto:

Páginas de minha vida

31-01-2008

Meu nome é Sara da Conceição. Sara significa "princesa". Meus pais escolheram esse nome por serem evangélicos e buscaram na bíblia meu nome e de meus irmãos.
Tenho 16 anos. Nasci na cidadede Guaraciaba, interior de Minas Gerais, no dia 08 de maio de 1991.
Lá eu morei ate os 6 anos de idade.
Por meu pai ser pastor, fomos morarem uma cidade chamada Fonseca (também em Minas Gerais), onde fiquei por apenas um ano e meio.
Depois fui para Dom Silvério, lugar onde cresci, aprendi muitas coisas e fiz amigos que muito me marcaram e inimigos, melhor dizendo inimigas, por quê não?! Ninguém agrada a todos.
Mas o que valeu mesmo foram os amigos que lá deixei, que mesmo longe estão aqui comigo em minhas lembranças e em meu coração.
Oito anos se passaram e em 30 de dezembro de 2006 minha vida teve uma reviravolta que muito me marcou.
Por motivos de saúde minha mãe e meu irmão se mudaram para São Paulo em julho/2006 e em 30/12/2006 eu, meu pai e minha irmã também viemos a seu encontro para juntos tentarmos dar outro rumo às nossas vidas acreditando ter aqui mais oportunidades como esta em que estou agora, buscando me aperfeiçoar e conhecer novos amigos aqui na UNIBES-GMK.

No dia 31/12/2006 eu cheguei aqui em São Paulo.
Esse dia foi muito importante para mim pois por ser véspera de Ano Novo simbolizava que junto com o 2007 iniciaria também uma nova etapa em minha vida e que tudo que já vivi faria parte apenas de um capítulo muito importante nas páginas de minha vida.

Mas voltando à minha origem, eu nasci um dia depois do aniversário de 3anos de casamento de meus pais, João Bosco da Conceição e Ana Aparecida Vigiano da Conceição.
No dia em que nasci, os médicos estavam de plantão mas não se encontravam no hospital. E então, eu nasci apenas acompanhada por uma enfermeira. Por isso, de certa forma, eu me considero independente desde o início.

Eu adoro, como já deve ter dado para perceber, escrever... e principalmente sobre mim. Adoro viajar, fazer novos amigos e viver novas experiências.

Eu pretendo me aprofundar na área de informática e através disso adquirir fundos ($$$) para bancar uma faculdade de pedagogia. Apesar de serem áreas diferentes, são minhas duas paixões, principalmente na área infantil.

Uma ocasião especial? Várias!
O nascimento de minha irmã...
Meus quinze anos...
Meu primeiro beijo...
Meu primeiro amor... quer dizer, paixão de adolescente...
Mas o principal é meus quinze anos, pois foi uma etapa que eu esperei, digamos, uma vida inteira.

Algo importante pra mim?
Um acontecimento: a mudança para São Paulo
Uma amizade: Taís, amiga, irmã para todas as horas que deixei lá em Minas mas que tá no meu coração.
Um animal de estimação: um gatinho que tive e morreu envenenado.
Uma viagem: de volta para Minas Gerais em Janeiro de 2008. E outras que pretendo fazer para o Rio de Janeiro e para Porto Seguro, meu sonho é conhecer esses dois lugares.
Um presente especial: um grande amor. Quer dizer, a volta dele né, pois está viajando e voltará neste fim de semana. Três meses, quase não aguentei a saudade.

Resumindo, isso é um pouquinho do que é o começo de minha história.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Dicas de Beleza: várias maneiras diferentes de usar lenços

Amei essa reportagem.

Para aquelas que estão terminando o tratamento, sabem o que fazer com seus lenços?

O lenço é uma peça do guarda-roupa muito versátil que pode ser usada de várias maneiras. No vídeo, a apresentadora Ana Hickmann ensina como usá-lo de forma criativa, de bom-gosto e com muito estilo. Veja!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Pós e contra de um banho de chuva... pela Av Paulista

Sexta a tarde, eu no ICESP tentando emitir uma receita para a minha mãe.

Fim de expediente... imagina como é...

Saio de lá sem a receita.

Ultimo compromisso: retirar os medicamentos da mãe na farmãcia do hospital.
São 17:55. Tenho apenas 5 minutos para fazer o percurso da Dr Arnaldo até a Consolação.
Literalmente corro por entre os carros, desvio de pessoas... postes...
E chego ao meu destino...

Não deu tempo.

Imploro para ser atendida mas o segurança é radical. Passando das 18h nem por um minuto é permitido entrar. Agora só na segunda-feira.

Cansada por ter corrido, e esgotada por ter falhado, me bate um desespero. Não tenho mais forças. Apenas escorrego do portao até a calçada onde me refugio e caio aos prantos.

Ela já está sem remédio desde o Carnaval. Eu deveria ter vindo mais cedo (mas queria seguir daqui para a universidade), eu deveria ter vindo ontem (mesmo estando doente)... e meus pensamentos tomaram conta de mim.

Nada me importava. Pessoas paravam para ver se estou bem, comerciantes vizinhos se propunham a fazer alguma coisa por mim caso precisasse... Mas não, eu só precisava escutar a voz dela, ouvir que estava tudo bem.

E num momento de desespero liguei pra minha mãezinha.
Eu só sabia dizer me desculpe, foi culpa minha. As lágrimas se misturavam aos pingos de chuva que já era intensa.

Quando por fim recuperei minhas forças, caminhei... caminhei por toda Av Paulista.

Debaixo de uma chuva torrencial eu me lavei. Lavei minha alma... me senti plena.

A única vez que me senti assim foi em meu último dia na cidade de Dom Silvério, quando também em um banho de chuva deixei minhas mágoas e rancores. Parti limpa para uma nova vida em SP.

E depois dessa minha última experiência, a única coisa que quero é seguir... seguir por essa avenida chamada vida, passar por vales, buracos, pisar em poças... mas ver como é lindo estar em conexão com Deus.

É assim que me senti ao banhar em suas lágrimas. Sim, quando alguém morre e chove dizem que é Deus chorando com a família. E assim, quando minhas lágrimas se misturavam à chuva sentia Ele comigo. Numa sincronia. Olhava ao céu e sintia um poder tão grande.

Por alguns minutos fui intocável, nem os raios e trovões me abalavam. Protegida pelos gigantes de concreto eu marchei... sentindo como uma criança brinquei, chutei possas, sorri para o nada...
Vi a admiração de muitos que passavam por mim e sentiam vontade de estar ali também, numa conexão com o universo. Também vi a loucura nos olhos de alguns, o desejo nos olhos de outros... mas não vi o medo. Aquele que me assombrou por diversas vezes, desapareceu.

Agora, me sinto pronta. Todo sofrimento desapareceu.

Foi preciso eu me reconectar para enxergar que posso viver. Tudo está nas mãos Dele.

E o que guardo disso?


É bom demais ser admirada por sua coragem.
Numa São Paulo onde todos se fecham, sentir-se notada faz uma grande diferença.
E ao mesmo tempo poder caminhar por entre pessoas que não fazem ideia de ti, não sabe seus problemas, sua dor.
E o mais fantastico é nao ter que se esconder.

Chorei livrimente pois minhas lagrimas nao podiam ser notadas por entre a chuva... sorri sozinha, do nada... vivi intensamente!

Mas o único problema... se prepare para o resfriado que vem depois...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

E quando a vida perde a cor?

Ontem escutei um questionamento que me fez pensar...

Eu amo, amo, amo fotografar.

Seria a pessoa mais feliz se soubesse domar minha filhinha (D5100).

E por que não sou então? É só estudar ne. Fotografia e isso: você nasce com o olhar e a tecnica voce adquire com muito estudo.

O olhar ja disseram que eu tenho. Mas e essa tao de tecnica?

Tenho uma super Ferrari na mao (segundo meu teacher), tenho os manuais, livros e revistas sobre o tema. E um mundo inteiro esperando meus cliques.

O que acontece comigo?

Meu mundo perdeu a cor.

Ja faz um tempo que isso vem acontecendo. Nao queria comentar aqui pois esse foi um espaço que criei para falar da nossa luta com o cancer.

Mas... como tudo esta interligado... la vai...

Desde 05 de dezembro estou oficialmente em casa, para cuidar de mim e poder estar ao lado de minha maezinha.

Segundo o medico, tratava-se de um F43.2 Transtornos de adaptação:

Estado de sofrimento e de perturbação emocional subjetivos, que entravam usualmente o funcionamento e o desempenho sociais. ocorrendo no curso de um período de adaptação a uma mudança existencial importante ou a um acontecimento estressante. O fator de "stress" pode afetar a integridade do ambiente social do sujeito (luto, experiências de separação) ou seu sistema global de suporte social e de valor social (imigração, estado de refugiado); ou ainda representado por uma etapa da vida ou por uma crise do desenvolvimento (escolarização, nascimento de um filho, derrota em atingir um objetivo pessoal importante, aposentadoria). A predisposição e a vulnerabilidade individuais desempenham um papel importante na ocorrência e na sintomatologia de um transtorno de adaptação; admite-se, contudo, que o transtorno não teria ocorrido na ausência do fator de "stress" considerado. As manifestações, variáveis, compreendem: humor depressivo, ansiedade, inquietude (ou uma combinação dos precedentes), sentimento de incapacidade de enfrentar, fazer projetos ou a continuar na situação atual, assim como certa alteração do funcionamento cotidiano.

Transtornos de conduta podem estar associados, em particular nos adolescentes. A característica essencial deste transtorno pode consistir de uma reação depressiva, ou de uma outra perturbação das emoções e das condutas, de curta ou longa duração.

Choque cultural
Hospitalismo da criança
Reação de luto

A primeira coisa que ele falou: Fique tranquila, voce nao esta em depressao. Apenas atingiu um nivel de estresse e ansiedademuito alto.

Mas sabe quando as coisas so pioram?

Conheci o F32.1 (Episódio depressivo moderado)

Nao importam as definiçoes. Quando ele colocou isso no papel e o perito concordou, doeu demais. Estava confirmado. Durante todo esse tempo eu neguei. Imagina, depressao eu? 

Pessoas que me amam e a quem amo muito dizia, vai viver, ser feliz, mas pra mim era normal passar o dia todo trancada aqui no quarto. Sim, no quarto. Nem mesmo da cama saia, por dias (ta, eu ainda tomava banho, rs). E minha casa nem e tao grande... 

Eu nao queria enchergar. Desses 2 meses que se passaram, estive com a mae no recanto ate o dia 28 de dezembro. Nesse meio tempo, mantive minha rotina (nataçao, ingles, faculdade, psicoterapia, etc).  

Mas quando a mae teve alta, nao sei, o que era pra ser melhor nao aconteceu. E claro que estou muito feliz por ela, mas o NACE era nosso RECANTO. Eu me sentia segura la sabe. Agora ela nao precisa mais de mim. Tem a Ester por perto, o Samuel voltou a morar em casa, e o meu pai, como foi demitido esta passando mais tempo com ela. E eu? Hoje sou apenas a acompanhante que nao falta a uma consulta se quer.

Eu achei um outro refugio.

Minha casa passou a ser parte de mim. Pessoas que moram no mesmo quintal que eu passava dias sem me ver. 

Eu sei. Nada disso e certo, mas preciso dizer em voz alta para eu ver se acredito no que estou passando. Os dias tem sido muito dificeis. Quero voltar correndo para o meu trabalho. Mas nao sei se posso. Nao sei nem se continuo sendo util. 

Minha vontade e de fazer nada. Tudo que sinto e um vazio. Grande, mas tao grande que parece tomar conta de mim. Sinto culpa em ser feliz, em viver. 
Eu tento, juro que tento continuar a vida, mas nada faz sentido. Continuei minhas atividades acima citadas mas como um robo, por obrigacao, por cansar de me dizerem VAI VIVER. 

Cara, estou vivendo... por incrivel que pareça eu nao desisti (ainda)... sao muitos os questionamentos em minha mente. Nao faz sentido nada disso. 
Preciso encontrar um ponto de equilibrio entre esse fazio e eu. Nao posso deixa-lo dominar meu ser.

Me afastei do blog pois sentia que nao tinha direito de dizer tudo isso. Mas decidi, mesmo que ninguem leia (quem se atrai por textos longos como este?) preciso dizer. 

Nada adiantou... nem mesmo um banho de chuva. Acreditava que lava a alma, e lavou... mas depois de minutos tudo voltou.

A palavra que mais tenho usado: MONTANHA-RUSSA. E assim que me sinto. 
E tao rapido. Nao posso dizer que um dia estou bem e no outro nao. Meus sentimentos ou pelo menos a demonstracao deles mudam a cada instante. Talvez essa seja a razao por eu me fechar no meu quarto. Nao quero contaminar ninguem com minha tristeza. 

Tudo isso, penso eu ser resultado de uma vida fechada, guardando tudo pra si. 
Quando essa batalha começou, eu assumi um papel para o qual nao pensei estar preparada. Tomei a frente de tudo, e isso me sobrecarregou. 

Passei quase dois anos sem derramar uma lagrima pelo que es estava sentindo. Pensei estar doente, afinal isso nao  enormal. E talvez eu ate ja estivesse. Talvez aquela fosse a hora de procurar ajuda... nao quando tudo ruiu...  

E ca estou... trancada mais uma vez no meu quarto... esperando minhas horas passar. Vestirei minha fantasia de esta tudo bem e bora pra facul. Nao sei como vai ser meu amanha, alias nao sei nem das proximas horas. Talvez eu de altas risadas escutando os causos das ferias de minhas colegas ... ou talvez eu simplismente desabe... mais uma vez.

Por isso, se me permite lhe dar um conselho, nao se sobrecarregue. Deixe te ajudarem antes que seja tarde. Nao tenha receio de se abrir. Alguem precisa te escutar. E chore, deixe o mundo ver que voce e humano. Doe demais uma lagrima parada nos olhos, um gemido... um grito preso na garganta. Nao se envergonhe. 

E se tiveres acesso a um profissional que possa te ajudar, nao se envergonhe. Pscicologo e apenas um amigo (que voce paga pra te escutar), psiquiatra nao sao apenas para os loucos e remedios sao seus parceiros na busca pelo equilibrio. 
Falo por mim mesma. Lutei e relutei em procurar um profissional, talvez pelos receios que trago desde a adolescencia. Tomei meus remedios para a ansiedade e quando me questionaram se eu queria estar feliz a base de remedio eu disse que sim, desde que me garantissem dias de paz. Mas deixei que contaminassem minha mente e parei. Tem sido os piores dias desde entao, uma instabilidade desde entao. E assustador nao saber como vai estar se sentindo daqui a alguns minutos. 

Ta, nao briguem comigo, vou voltar. So preciso passar com meu medico de novo. 

E a psicologa tambem pensei em deixar. Na minha cabeça algo me diz que de nada tem me adiantado. Sera? Com as festas, carnaval etc, ja faz quase um mes que nao a vejo. Ja vi que e pior sem ela. Entao bora voltar tudo pro lugar ne.

E para quem chegou ate aqui no meu texto, obrigada por me escutar... 

O assunto da fotografia? Continuo depois... quando encontrar a cor para o mundo novamente...