Quando cheguei ao meu extremo, fui obrigada a procurar ajuda. Talvez eu devesse ter o feito já no início do tratamento da minha mãe. Foi nos sugerido mas não achei necessário.
No mês de agosto se não me engano, procurei uma psicóloga lá do ICESP mais para tentar entender como lidar com a mãe. Ela estava numa fase de estabilidade na doença, mas estava muito elétrica, se irritava com tudo e no meio do fogo cruzado entre ela e minha Ester com quem ela passava mais tempo. Aquela conversa me fez voltar a escrever. A Dr Ruth me ajudou bastante. Foram as horas mais proveitosas que tive naquele período. Enxerguei a vida de um modo diferente a partir daquele dia.
Ainda assim, uma única conversa não seria o suficiente. E escrever tornou-se uma tortura pois muitos acessavam procurando uma palavra de consolo. Não podia ser eu mesma. E fui me sufocando.
Até que um dia não aguentei mais... e desabei. De um simples email entrei numa crise que foi preciso até medicação para me acalmar.
Um sentimento constante de culpa, mesmo quando era evidente que não tinha como eu ser responsável por algo tão imprevisível. Mas eu buscava explicar os acontecimentos com possíveis "erros" meus.
Por mais que todos me dissessem que não existe a possibilidade de eu ser culpada,. Me sentia culpada até por viver.
Parte desse sentimento se foi. Consegui entender que não tenho o poder para causar um câncer, ou uma alteração no quadro clínico de minha mãe. Se fosse assim seria muito fácil. Se posso causar também posso tirar.
Cheguei a desejar ardentemente poder estar no lugar dela. Sei que ela sofreria muito por me ver doente. Mas se fosse o preço para livrá-la dessa angústia eu o faria. Mas não é assim que funciona né.
Desde o período de internação pós cirúrgico de minha mãe que estou mais abalada. Quando desabei estava no ambiente de trabalho. Procurei o ambulatório e o próprio médico laboral sugeriu que eu me afastasse. E assim estou, desde 05 de dezembro de 2012.
Tenho feito uso de Ansiolítico, faço psicoterapia e acompanhamento psiquiátrico.
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